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segunda-feira, 6 de maio de 2013

ABREM-SE OS CÉUS E A OBRA NASCE


“Abrem-se os céus e a obra nasce”

Esta frase ecoou em minha mente na noite de 13 de Junho de 2011, um dia após ter ido visitar pela primeira vez a casa de Fernando Pessoa, assim como outros lugares que o Poeta percorreu durante a sua última estadia reencarnatória.
Sou Isilda, uma simples transeunte, incógnita na multidão, tentando escalar a “escada de Jacob”da melhor forma possível entre lágrimas e sorrisos, quedas e vitórias, em eterna busca de uma Verdade Maior.
Ainda sou um espírito básico e é longa a minha Jornada, mas a minha grande sede de Saber faz-me correr para a Fonte, vivendo diariamente uma eterna alquimia, tentando perdoar-me e responsabilizar-me para seguir em frente.
O temor da Inquisição ressoou na minha alma como um autoimpedimento de tornar público aquilo que me foi entregue em 1998, quando começou a história:
Era uma vez EU, perdida num reino demasiadamente fundamentalista, onde via o mundo pelos olhos de outrem
Durante uma grande crise que afetou a minha vida em 1996, comecei a ouvir vozes que me diziam verdades que eu acabava por comprovar, a ter flashes pré e pós cognitivos, a escrever compulsivamente mensagens alheias a mim. Entrava frequentemente num estado alterado de consciência, sentindo à minha volta uma espécie de ruído que mais parecia o vento; os globos oculares rodavam como na fase REM e a partir daí a semi ou a inconsciência.
Na noite de 20 de Abril de 1998, tive uma vontade enorme de escrever. Como estava demasiadamente cansada devido ao excesso de trabalho e além disso teria que me levantar muito cedo no dia seguinte, tentei rejeitar essa vontade e deitar-me.
Mas a ideia era tão obsessiva que eu não pude contrariá-la e apanhei umas folhas de papel e lápis e fui para a cama.
De repente tive uma visão: vi um soneto escrito numa folha e no canto superior direito desta desenhado o “Sol”, tal e qual as crianças o fazem, com olhinhos e a sorrir
A minha mão compulsivamente começou a psicografar “Sol Macabro” e os cinco poemas seguintes.
Acordei desse estado com um ruído que não identifiquei. Entretanto como passava da meia-noite pousei tudo no chão ao pé da cama, mas mesmo na escuridão a minha mão continuou a escrever mais quatro poemas
Passados vinte dias, precisamente no dia dez de Maio psicografei mais onze.
Quando já pensava não voltar a psicografar Fernando Pessoa e já tinham passado treze anos, voltei a reencontrar-me com este fenómeno na noite do aniversário do Poeta, a 13 de Junho de 2011, após uma visita à sua casa em Lisboa.

O surreal disto é que eu não conhecia a obra de Fernando Pessoa a não ser o “Mar Portuguez”, poema que tinha declamado numa festa de Natal com 6 anos de idade, mas que nunca o esquecera e ainda o sabia de cor.
No Ensino Secundário, na minha geração estudava-se os Lusíadas e no Ensino Complementar eu enveredei por Ciências, outra razão para desconhecer praticamente os seus escritos.
Além disso, nessa altura não gostava muito de poesia, apesar da leitura em prosa ser o meu principal hobby.
Após uma semana, fui despertada para a Astrologia, por influência de uma jornalista, estudante nesta área. Pela comprovação que pude fazer da sua correta análise da minha personalidade, bem como da de alguns familiares, decidi investigar por conta própria, rendendo-me em pouco tempo à veracidade das evidências.
Esta temática também investigada por Pessoa e que eu desacreditava até ao momento de repente preencheu a minha vida até hoje.
Com certeza encontrarei a polémica e controvérsia, mas hoje, passados 15 anos sinto-me mais madura para enfrentar o julgamento e desafiar o meu medo.
Hoje tomei consciência que “os versos não se guardam na gaveta”.

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